EntreLaços apresenta nova proposta de acolhimento de crianças e adolescentes afastadas do vínculo familiar

O prefeito de Itapira,Toninho Bellini lançou na última terça-feira, 19, em cerimônia solene no Salão do Júri, no Fórum de Itapira, o Serviço de Acolhimento Familiar “EntreLaços”. Também conhecido como Família Acolhedora, o novo serviço municipal oferece uma proposta diferenciada para atender crianças e adolescentes que foram afastadas do convívio familiar por medida de proteção, por abandono ou porque sua família de origem se encontra temporariamente impossibilitada de cumprir suas funções de cuidado e proteção. A Juíza de Direito da 2ª Vara e Diretora do Fórum de Itapira Dra. Hélia Regina Pichotano e o Promotor de Justiça da 1ª Promotoria Dr. Márcio Clóvis Bosio Guimarães participaram do evento.

“Esse é um serviço muito de extrema importância para as crianças de nossa cidade. Gostaríamos que não fosse necessário, mas sabemos que há muitas crianças que hoje precisam ser acolhidas e apesar do excelente serviço prestado pela nossa Casa Transitória, precisávamos desse novo tipo de atendimento no município. Estamos preparados para esse serviço e contamos com o apoio da nossa população para o sucesso dessa nova política pública”, disse o Prefeito Toninho Bellini.

Diferente da adoção, o EntreLaços tem caráter provisório e excepcional e visa a reintegração com a família de origem ou família extensa e, em último caso, encaminhamento para adoção. O serviço faz parte da Secretaria de Promoção Social e será desenvolvido sob supervisão do CREAS (Centro de Referência Especializado de Assistência Social). “O sentimento de hoje é gratidão. Ao prefeito por nos apoiar em todas as nossas decisões e ações e a toda a equipe envolvida nesse trabalho. É um momento muito importante para a nossa cidade, para as nossas crianças”, declarou a Secretária de Promoção Social Regina Ramil Marella.

Na prática, as crianças/adolescentes em situação de abandono ou violação de direitos poderão ser encaminhadas para uma família previamente cadastrada que a incluirá em seu núcleo e rotina familiar, oferecendo afeto e cuidado. Esse novo modelo não substitui aquele que hoje é praticado pela institucionalização da Casa Transitória, mas funcionará de maneira concomitante, sendo que uma avaliação prévia definirá para qual tipo serviço a criança será encaminhada.

A Promotora da Infância e Juventude de Campinas Andreia Santos Souza – que é Mestre em Filosofia pela PUC de Campinas e Mestre em Estudos Avançados de Direito da Criança pela Faculdade de Direito da Universidade de Friburgo, na Suíça – é uma das consultoras voluntárias para a implantação do serviço em Itapira. Em seu discurso, ela lembrou o pioneirismo de Itapira na implantação do serviço de acolhimento institucional da Casa Transitória e exaltou o fato de, mais uma vez, Itapira sair na frente dos municípios da região em oferecer um serviço novo e que traz muitos benefícios para as crianças. “Só tenho a parabenizar o Prefeito por esse grande feito em seu governo e aos vereadores por terem votado e aprovado a lei que regulamenta esse serviço. É um legado do acolhimento às crianças que vocês deixam hoje”. Ela também falou sobre a importância das duas modalidades de acolhimento, o institucional e o em família, e destacou a importância dessa nova modalidade que se inicia em Itapira. “Como promotora, posso falar da diferença da criança acolhida em família e da acolhida em instituição. E o segredo é a capacitação da família acolhedora. Chegamos aqui, mas tem sempre um próximo passo”, concluiu.

O Serviço de Acolhimento Familiar EntreLaços será preferencial ao acolhimento institucional por apresentar mais benefícios para o desenvolvimento da criança e do adolescente, como ambiente familiar, atenção individualizada, estímulos e criação de vínculos que permitam um melhor desenvolvimento e superação do trauma  causado pelo rompimento familiar e/ou pelas situações vividas que a colocaram na posição de vulnerável, sem deixar de lado a preservação dos vínculos com a família de origem, quando permitido judicialmente.

Uma das principais autoridades no assunto de Família Acolhedora no Brasil, a Assistente Social, Mestre e Doutora em Serviço Social, Pesquisadora colaboradora do Núcleo de Estudos de Politicas Públicas da Unicamp e membro do Observatório da Infância e Adolescência da Unicamp, Jane Valente, também esteve presente. Ela apresentou um panorama sobre o surgimento da modalidade de família acolhedora no mundo e no Brasil e falou sobre as pesquisas que mostram do impacto positivo que esse tipo de acolhimento causa nas crianças, especialmente entre 0 e 6 anos. “Quanto mais cedo tratamos a criança de maneira adequada, melhor o seu desenvolvimento. Do seu nascimento aos seis anos de idade são os anos mais importantes da vida da criança. Os resultados desse tipo de serviço são muito positivos. E aqui tratamos a criança, a família acolhedora e a família de origem. Sempre com o intuito principal de que essa criança possa voltar para sua família de origem, sempre mantendo os vínculos”, ressaltou.

Quem pode se inscrever

Qualquer adulto com mais de 21 anos, residente em Itapira há mais de dois anos, sem antecedentes criminais, com qualquer estado civil, que não esteja em lista de adoção e com disponibilidade para oferecer carinho, amor e atenção pode se cadastrar para se tornar uma Família Acolhedora. Os interessados passarão por avaliação da equipe técnica do serviço, além de capacitações e acompanhamento da equipe técnica durante todo o período de acolhimento. Mais detalhes sobre o serviço e o formulário de pré-cadastro estão no site www.itapira.sp.gov.br/pagina/entrelacos-servico-de-acolhimento-familiar-para-criancas-e-adolescentes/142

Publicado às 22h08

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