Quase metade das empresas na Região Metropolitana de Campinas não completam o 5º ano de vida

A taxa de sobrevivência das empresas na Região Metropolitana de Campinas (RMC) chama atenção. De acordo com dados do Departamento de Economia da ACIC – Associação Comercial e Industrial de Campinas, 40,6% das empresas na RMC não completam seu 5ª ano de vida. Na cidade de Campinas, o índice é de 39%. Quando analisada a taxa de mortalidade, ou seja, empresas que fecham em seu 1º ano de atividade, Campinas apresenta o índice de 22,8% e a RMC, 22,7%. O estudo considera o período entre 2009 e 2013. 

Sobre os motivos para fechamento do negócio, 40% das empresas alegam problemas financeiros (falta de capital) e 35% afirmam terem tido problemas de planejamento e administração. A falta de resultados (15%) e um mercado com concorrência muito forte (10%) também integram as justificativas apresentadas pelos empreendedores. 

Em comparação com São Paulo, Campinas se mostra um pouco melhor na taxa de mortalidade, já que 27% das empresas paulistas fecham em seu 1º ano de atividade, segundo pesquisa do SEBRAE SP, publicada em setembro de 2013. Dentre as causas para fechamento, destacam-se “comportamento empreendedor pouco desenvolvido” e “problemas pessoais dos proprietários”. 

Na opinião de Carlos Serra, da consultoria de gestão financeira Serra & Diniz, é comum encontrar bons empreendedores do ponto de vista técnico, mas sem visão de administração. “Muitos empresários abriram os seus negócios por serem especialistas em sua área de atuação e acreditarem que basta apenas conhecer muito bem o seu produto e o mercado”, afirma. 

De acordo com Serra, o período de sobrevivência das empresas exige cuidado. “Do 1º ao 5º ano de existência, um negócio ainda se encontra na primeira fase do seu ciclo de desenvolvimento”, analisa. Para o profissional, o fato do empreendedor focar bastante em sua área de atuação pode ocasionar falta de atenção à administração financeira, que é justamente o problema que compõe os principais motivos de fechamento de empresas na RMC. “É muito comum vermos empresas que possuem um ótimo produto, bom atendimento aos seus clientes e mercado em expansão, mas com uma gestão financeira extremamente frouxa”, conta.

A falta de registro de tudo o que ocorre na operação da empresa contribui para prejudicar a gestão financeira. O fluxo de caixa, controle de estoques e dos gastos e a análise das margens de contribuição dos produtos são exemplos de controles financeiros básicos que precisam fazer parte da rotina empresarial. “A gestão de negócios nos dias atuais exige, sem clemência, que um negócio seja extremamente organizado e controlado”, alerta Serra. 

Crescimento depende da gestão financeira 

A administração das finanças de uma empresa não é apenas para resolver problemas, trata-se de uma atividade que também auxilia na expansão dos negócios. É o caso da Merlin Vídeo, de Campinas, que nasceu com o objetivo de realizar manutenção em equipamentos de vídeo e, pelo crescente interesse no mercado de filmagem, ampliou seu campo de atuação. Hoje, a empresa atua como distribuidora de equipamentos, acessórios e softwares para produção de áudio e vídeo no Brasil. Para sustentar esse crescimento, a administração da parte financeira foi determinante. 

“Vimos que só seria possível manter o crescimento que estávamos tendo de uma forma sustentável por meio de um acompanhamento mais próximo das margens de contribuição, controle de despesas, fluxo de caixa e sobre como está a nossa rentabilidade final”, conta Edson Junior, sócio-diretor da Merlin Vídeo. Segundo o empresário, controlar as finanças é tão importante quanto vender. “Vender não significa que a empresa está tendo lucro, só há liquidez quando se trabalha com um controle efetivo de despesas e margens em cada produto ou serviço”, acredita. 

Para a presidente da ACIC, Adriana Flosi, é até compreensível que as empresas de pequeno e médio porte, muitas vezes, encontrem certa dificuldade na administração financeira. “A realidade desse empresário é composta por uma série de desafios. Ele trabalha com um quadro reduzido de pessoas, por conta da verba restrita, e tem de cuidar de vários departamentos sozinho. Assim, nem tudo recebe a atenção devida”, comenta. 

Adriana defende que por conta dessa realidade o empresário brasileiro deve receber o maior suporte e incentivo. “O trabalho feito por instituições como a ACIC e o SEBRAE, por exemplo, são de grande ajuda para o empreendedor que, geralmente, não possui tempo de buscar conhecimento acadêmico ou contratar uma consultoria”, explica. 

Um dos trabalhos feitos pela ACIC como iniciativa em prol da gestão financeira das empresas é o programa de consultoria da entidade, o AC Transforma, que reúne empresários em busca de otimizar a administração das finanças do seu negócio para serem orientados sobre como alcançar resultados. O projeto envolve encontros presenciais, troca de experiências e módulos de estudo teóricos e práticos.

Crescimento depende da gestão financeira

Diante desse cenário, possuir uma solução de software de gestão financeira é essencial para a boa saúde de um negócio, principalmente para lojas de varejo. Conseguir fazer a gestão de estoque completa, ter integração e controle das vendas e notas fiscais é necessário para manter uma rotina organizada. 

Publicado às 11h24

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