A crise afetou também o mercado de luxo

A pandemia de Coronavírus expôs as fragilidades da economia mundial, além de revelar fraquezas em sistemas de saúde ao redor do mundo. Esses quadros nos mostraram quão frágeis somos, e como mesmo seres microscópicos podem abalar até as mais bem avaliadas estruturas econômicas do mundo.

Diante desse quadro, empresários do mundo inteiro foram obrigados a rever planejamentos estratégicos e financeiros, reinventar a cultura empresarial e o atendimento, além de ressignificar e justificar a sua existência à uma sociedade que demonstrou claramente não depender (link interno 5 trends Mckinsey) de alguns produtos e serviços, mesmo aqueles que lideram as vendas nas prateleiras, reais e virtuais.

Marcas de luxo começam a sofrer

O maior conglomerado de marcas de luxo do mundo, o LVMH já sente os efeitos da pandemia na queda nos rendimentos e nas vendas em todo o mundo, inclusive com o fechamento de dezenas de lojas, especialmente na China e outras localidades da Ásia, onde o surto de Coronavírus começou. No continente, o tombo no faturamento de uma das marcas da rede, a Burberry é de 40% a 50% entre fevereiro e março de 2020.

Se em 2019 o grupo viu um expressivo crescimento de 15% em relação a 2018. Neste ano a queda das ações chega a 19%.

Além da China, outras lojas também foram fechadas ao redor do globo por conta da pandemia, como em Nova York, nos Estados Unidos, o que resultou na perda de 30 bilhões de dólares no patrimônio líquido de Bernard Arnault, presidente da LVMH, e considerado o homem mais rico da Europa. A queda, segundo a Bilionários Bloomberg, foi a maior entre todos os bilionários do mundo.

Preservação da imagem das marcas de luxo

Para reafirmarem sua posição no mercado, as marcas de luxo estão focando esforços em outras demandas, especialmente as voltadas às áreas sociais e filantrópicas.

Na França, a Louis Vuitton anunciou que sua divisão de perfumes e cosméticos vai produzir álcool em gel, que serão entregues gratuitamente às autoridades públicas francesas que vão doar o antisséptico a hospitais.

Aqui no Brasil, empresas como a Ambev também se deslocaram para ajudar hospitais públicos no combate à Covid-19. A fábrica de bebidas produziu 500 mil unidades de álcool em gel para distribuir gratuitamente a hospitais da rede pública de São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília-DF. A Ypê, empresa do ramo de produtos de limpeza, também produziu milhares de garrafinhas do produto para serem doadas à instituições beneficentes.

O Banco Safra afirmou que faria uma doação de 20 milhões de reais à hospitais públicos e Santas Casas. O valor é destinado à ampliação do número de leitos nessas unidades de saúde. Assim como a Boa Impressão 3D, que trabalha para confeccionar mil kits de protetores faciais que também serão franqueados a hospitais e Unidades de Pronto Atendimento (UPAs).

Ações assim, podem não gerar lucro imediato às empresas, porém seus feitos têm grande possibilidade de serem lembrados pela parcela mais consciente dos consumidores quando desejarem comprar algo. A responsabilidade social é um fator de extrema relevância nos negócios nos dias de hoje

Ibraim Gustavo é jornalista, escritor e educador, Pós-graduado em MKT e MBA em Comunicação e Mídia

Publicado às 23h19

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