DAEE promove resgate de ictiofauna e reduz impacto no Rio Jaguari

O resgate de ictiofauna é uma atividade que se destaca entre os programas ambientais para redução de impacto durante a construção da Barragem Pedreira, empreendimento do DAEE (Departamento de Águas e Energia Elétrica), órgão do Governo Estado de São Paulo.

Acostumados a trabalhar nas margens do Rio Jaguari, em Pedreira (SP), no dia em que esse serviço é realizado, os técnicos vestem seus equipamentos de proteção e, literalmente, entram na água. O motivo? Resgatar os peixes na área de ensecadeira, local onde será feito o canal de desvio do rio para a construção do eixo do reservatório.

Puçá (peneira em formato de coador, usual na psicultura) e balde são alguns dos materiais utilizados para o resgate da ictiofauna, nome que define o conjunto de peixes de determinada região. Nessa primeira etapa, a equipe capacitada entra no rio, captura o máximo possível de exemplares e os encaminha para a equipe em terra.

“Pode-se utilizar rede de arrastro também, mas aqui há muitas rochas no leito, por isso optamos por utilizar apenas o puçá e a peneira”, esclarece Gustavo Creton, veterinário da equipe de construção em campo da Barragem Pedreira.

Já em terra, inicia-se a biometria dos peixes. “Essa ação envolve a identificação da espécie, tamanho e peso. Na campanha realizada em fevereiro deste ano, foram identificadas 34 espécies, sendo o Mato Grosso, Cascudo, Lambari e Caará, entre as mais comuns”, explica a bióloga Mariana Ruggiero.

A biometria dos peixes envolve a identificação da espécie, tamanho e peso

A biometria está a cargo de um especialista da área, o ictiólogo Luiz Henrique Ussami. “Fazemos a biometria completa de 20 indivíduos de cada espécie, os demais são apenas contados para se obter a estimativa de abundância. Em março, resgatamos uma espécie de bagre que não tinha sido catalogado na campanha de fevereiro. Quando isso ocorre, o peixe é encaminhado para o Laboratório de Peixes Continentais – LAPEC, na Universidade Santa Cecília – UNISANTA, para a correta identificação”, conta Ussami.

Depois de contados e identificados, chega a hora da soltura. “A soltura é feita em pontos pré-determinados com cuidado especial para não estressar esses peixes, principalmente em relação à temperatura e oxigenação da água”, diz o veterinário Caio Santicholi.

Por outro lado, o desvio de parte do fluxo do rio Jaguari é uma das etapas previstas na construção do eixo da Barragem Pedreira e, para isso, são feitas estruturas provisórias para manter em seco construções abaixo do nível da água, conhecida por ensecadeira. O resgate da ictiofauna ocorre em todas as etapas envolvendo as ensecadeiras e o desvio do rio. Conforme a área vai esvaziando, os peixes são resgatados e relocados, diminuindo assim o impacto gerado pela atividade.

Monitoramento e conservação da ictiofauna

“Ictiofauna é o conjunto de peixes de uma região ou ambiente. O Programa de Monitoramento e Conservação da Ictiofauna compreende o acompanhamento dessas espécies presentes nos corpos d’água da área da Barragem Pedreira e próxima a ela, verificando sua riqueza, composição, estrutura e dinâmica ao longo da fase de implantação e operação deste barramento”, explica Luís Alberto de Oliveira, coordenador do meio biótico do empreendimento.

O Plano Básico Ambiental para a Barragem Pedreira é composto de 27 programas socioambientais, que trabalham a redução de impacto no meio físico, biótico e social da região onde está sendo construído o reservatório.

A Barragem Pedreira

Iniciada em janeiro de 2019, a construção da Barragem Pedreira é um projeto do DAEE (Departamento de Águas e Energia Elétrica) que visa aumentar a oferta de água para os habitantes dos 23 municípios da região de Campinas, além de regularizar a vazão do Rio Jaguari. Para mais informações, acesse o site www.daee.sp.gov.br.

Com informações do Governo do Estado de São Paulo

Publicado ás 8h39

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