Cinco dicas para minimizar os efeitos da crise nas empresas familiares

Para Francis V. de Matos, consultora da área de Família da MESA Corporate Governance, as famílias empresárias sem estrutura de governança deixaram passar momento de calmaria para planejar estruturação, mas ainda há tempo para colocar a casa em ordem


A crise econômica imposta pela pandemia do novo coronavírus pode ser ainda mais devastadora para empresas familiares caso um ambiente sereno e objetivo dê lugar a conflitos de caráter emocional entre os membros. A avaliação é da consultora da Mesa Corporate Governance, Francis V. de Matos, que aponta um futuro ainda mais desafiador para famílias que não conhecem, acompanham ou estão informadas sobre o andamento dos negócios.

A consultora lista cinco lições de casa para enfrentamento da crise, destinadas sobretudo às famílias que ainda não organizaram uma estrutura de governança. As recomendações envolvem desde abrir e manter “espaços de conversa” com certa regularidade até investir no processo educativo da família empresária, que envolve tanto uma qualificação técnica, como o desenvolvimento de habilidades de natureza comportamental e relacional. 

1- Redobrar o controle sobre os conflitos emocionais

Situações de crise podem mobilizar fortemente as famílias empresárias e potencializar emoções e sentimentos de rivalidade, ciúme, medo etc. É importante que as famílias empresárias fiquem atentas a eventuais respostas de caráter emocional, que podem aflorar mais intensamente em situações de alto nível de tensão e que dificultam promover um ambiente sereno e objetivo; necessário para debater alternativas e encaminhamentos de ações relevantes para a empresa e os negócios.
   2- Conhecer e estar por dentro do negócio

Será difícil construir no curto prazo uma posição alinhada se a família acionista não conhece, não acompanha ou não é informada do andamento dos negócios. Será ainda mais relevante abrir e manter “espaços de conversa” com certa regularidade e de maneira estruturada visando a informar, bem como entender expectativas e receios dos sócios. O processo de “inclusão” da família proprietária é fundamental. É recomendado promover reuniões com certa frequência e regularidade, para informar a família sobre a estratégia empresarial, o andamento dos negócios, o momento atual e os impactos da crise.
3- Evitar polarização e priorizar a coletividade

Será ainda mais difícil avançar se há sócios com posições polarizadas, mais de uma geração envolvida no processo decisório; ou ainda vários núcleos familiares com diferentes posições sobre como enfrentar a crise. É impossível imaginar que sejam criadas alternativas à crise em um contexto em que as expectativas individuais se sobreponham às expectativas e demandas coletivas.
4- Investir em educação e qualificação 

Dar mais atenção ao processo educativo da família empresária é ainda mais significativo nos momentos de dificuldade. Esse processo envolve tanto uma qualificação técnica, como o desenvolvimento de habilidades de natureza comportamental e relacional. É importante que seja iniciado com algumas ações mais direcionadas ao momento e na sequência, traçar um plano de trabalho bem estruturado e dimensionado ao longo do tempo. Este seria o primeiro passo recomendado por Francis para estruturar a governança familiar e o Conselho de Família.

5- Não esperar a próxima crise para se mexer

“Não espere que chegue a tempestade (crise) para buscar os caminhos para enfrentá-la, a melhor hora para trocar o telhado é quando o sol está brilhando”, lembra a consultora. Isto considerando ainda que as famílias precisam tempo - e prática - para desenvolver habilidades de natureza técnica (entendimento de indicadores financeiros, estratégia empresarial), habilidades interpessoais, bem como o significado da história e legado familiar; principalmente a partir da 2ª Geração.

Sobre a Mesa Corporate Governance

Primeira consultoria brasileira a se dedicar com prioridade à dimensão humana da governança corporativa, que envolve os relacionamentos entre Conselho de Acionistas/Cotistas, Conselho de Administração, Conselho de Família e o principal executivo de uma empresa. A empresa é constituída por uma equipe de consultores especialistas e experientes que atendem às necessidades nos diferentes momentos de modernização de empresas de origem familiar ou multissocietárias, quer sejam de capital fechado ou com ações listadas em bolsas de valores. Também é filiada às seguintes entidades e instituições: AMCHAM Brasil, IBGC – Instituto Brasileiro de Governança Corporativa, ICGN – International Corporate Governance Network, FBN – Family Business Network e NACD – National Association of Corporate Directors.

Publicado às 10h24

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