Pela primeira vez, Serra Negra conta com candidaturas coletivas para a Câmara Municipal

Pela primeira na história das eleições municipais de Serra Negra, a cidade contará com uma candidatura coletiva. Na convenção do PSOL – Partido Socialismo e Liberdade, duas chapas foram formadas. 

A redação do www.circuitodenoticias.com.br entrevistou as integrantes do coletivo Juntas Por Serra Negra, que explicaram sobre o tema, além apresentar opiniões sobre a novidade. Confira a entrevista 

CN - O que é uma candidatura coletiva? 
JSN - A candidatura coletiva é uma nova forma de fazer política, pensada na coletividade, ela funciona da seguinte forma, você vota em uma pessoa que irá representar um grupo, e que esse grupo irá trabalhar junto de forma coletiva, as decisões são tomadas coletivamente, e o salário é dividido entre todos do grupo. A pessoa que aparece na hora da votação é a porta voz do grupo, é ela quem coloca seu nome, e tem sua imagem divulgada na campanha, assim como é ela quem irá representar o mandato coletivo nas sessões e poderá votar. A candidatura coletiva não é ilegal, ela é uma forma popular e participativa de construção de espaços políticos. 

CN - Por que aderiram a iniciativa?
JSN - A candidatura coletiva é a forma em que acreditamos que a política deva ser feita, com participação popular, plural, e com debates de ideias, é uma forma democrática de construção de políticas públicas estamos cansadas de vermos homens em seus paletós tomando as decisões que influenciam em nossas vidas nós, acreditamos que a política tem que ser feita de fora para dentro, a coletividade é o que nos move na luta.
Somos militantes em prol da luta pelos direitos dos cidadãos na saúde, na educação e no meio ambiente. Lutamos, portanto, pelo Estado de Bem-estar social e de direito. Como atuantes de movimentos sociais sabemos que a construção de propostas que realmente favoreçam o povo e não apenas interesses econômicos precisa de pessoas engajadas socialmente em nos grupos populares e em constante diálogo.  Por isso a conexão entre três mulheres engajadas socialmente e que possam contribuir em cada área de sua atuação, e pensar em ideias e propostas juntas para nossa cidade. Mas é importante dizer que somos muito mais que três mulheres, porque nossa construção não é algo que se encerra com as eleições, nossa intenção é mostrar que a construção do poder deve ser popular, é mostrar que todos nós podemos participar dos processos de decisões sobre assuntos que nos tocam. 

CN - Quais as vantagens na ótica de vocês? 
JSN - A vantagem é oferecer uma nova forma de fazer e pensar a política, uma forma pensada na coletividade, são mais pessoas trabalhando pelo bem-estar social e na elaboração de leis, assim como na atuação de fiscalização.
Nosso programa será feito através de participação popular, e iremos ampliar nossos diálogos, através de assembleias e plenárias pensadas em atender as demandas da cidade, junto com aqueles que queiram fazer parte conosco.
Caso eleitas, nosso mandato permanecerá da mesma forma, na construção coletiva e popular e mesmo se não formos eleitas, a coletiva não irá acabar, iremos continuar buscando ajudar nossa cidade e erguendo nossa voz pelos nossos direitos.

CN - Como fazer a população entender esse tipo de candidatura?
JSN - Candidatura coletiva ainda é uma novidade nas eleições brasileiras, a ideia é divulgarmos e ensinarmos a população o que significa essa construção coletiva. Vivemos numa cidade muito coronelista ainda, em que muitos ainda temem na hora de votar, precisamos quebrar essa corrente e a melhor forma de se fazer isso é com informação e educação política.

CN - Como foi o processo de escolha para tal pessoa fosse a escolhida para representar na urna o Coletivo?
JSN - A escolha foi democrática, através de muito diálogo e conversas sobre quem seria nossa porta voz, e chegamos na escolha da Gabriela Zelante, militante que já atuou MSTC, com desenvolvimento de projetos sociais, é mãe de três meninas, professora de artes visuais, e será uma excelente porta voz nossa. 
Nossa coletiva é formada por mulheres, de princípios comuns, mas com idades diferentes que se complementam. Somos mulheres que sabemos da necessidade da criação de políticas públicas relacionadas a proteção da infância, ao acesso à saúde, parto e a violência doméstica. Outro ponto considerado é o alinhamento dos integrantes aos princípios de defesa aos direitos do povo, da cultura, da juventude, de uma economia solidária e pelo nosso meio ambiente que anda tão atacado nos últimos tempos. 

CN - Qual é a expectativa de vocês? 
JSN - Nossa expectativa é disseminarmos nossas ideias, semear nossa política, fazendo com que mais pessoas tenham interesse nessa construção, lutar para que nossas ideias antirracistas, progressistas, antiLGBTFóbicas, feministas, ecosocialistas alcancem cada vez mais pessoas.  Queremos propor uma nova política ligada as reinvindicações populares e que tragam soluções para as pessoas que mais precisam e nas áreas mais urgentes e que seja ligada a realidade reais da nossa cidade, principal relacionado a saúde, cultura e meio ambiente. 

CN - Como será feita a campanha?
JSN - A nossa campanha será toda voltada a apresentação de propostas concretas baseadas nas queixas populares e também em estudos dos dados sociais e ambientais da nossa cidade. Queremos trazer projetos, ideias e debates, queremos fazer uma política participativa com todos. 
Temos que lembrar que estamos numa Pandemia que já matou mais de 135 mil brasileiros, e a campanha eleitoral, deve ser feita pensada de maneira a respeitar o momento em que vivemos, por isso iremos sempre nos preocupar com as medidas de segurança e respeitando as orientações da OMS.
Iremos fazer uma campanha sustentável, estamos organizando entregas de marca página ao invés de santinhos, assim estaremos fazendo uma campanha que valorize a cultura e respeite o Meio Ambiente

CN - Poderiam passar um perfil das pessoas que fazem parte do coletivo?
JSN - A Bárbara é a mais nova do grupo, serrana de 28 anos, é formada em Marketing com bolsa de 100% do Prouni, na faculdade de São Vicente, no litoral de São Paulo, ela trabalha hoje com Marketing digital, área que está fazendo seu MBA, e mora sozinha na cidade. Atua no coletivo da Montanha, no projeto Leia Mais, era membra do Conselho da Cultura da cidade, ativista dos movimentos feministas.  Também  coautora do Projeto de Lei de Inciativa Popular de Auxilio Emergencial

Rosangela Maia, 55 anos, mãe, avó, é artesã e arte educadora com projetos de geração de renda e sustentabilidade, foi conselheira da Cultura na pasta de Artesanato e Cultura Popular, tem um olhar para o social e para a Cultura.
Gabriela Zelante é mãe de três meninas e Professora formada em Artes Visuais pela Faculdade de Belas Artes de São Paulo. Atuou em movimentos sociais desde 2003, passando pela comunidade do Jardim Ângela e Capão Redondo, Movimento dos Sem Teto do Centro da Cidade de São Paulo, MSTC, com desenvolvimento de Projetos Sociais.
Também atuou em Centros Culturais da capital paulista como SESC e CCBB e desenvolveu, com apoio do Itaú Cultural e Embaixada do Brasil, um curso e formação de Educadores de Museus no Uruguai, capital e interior. 
Foi Professora Titular concursada da Prefeitura de São Paulo e atualmente professora titular concursada do Município de Águas de Lindóia. Sou cofundadora do Coletivo da Montanha e do Projeto Leia Mais ambos de Serra Negra, Também é coautora do Projeto de Lei de Inciativa Popular de Auxilio Emergencial

Publicado às 10h03

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